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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

"Eu vi a morte de perto", diz cobrador de bonde, peça-chave de investigação do acidente

Considerado pela polícia peça-chave nas investigações do acidente com bonde que matou seis pessoas em Santa Teresa, no dia 27 de agosto, o cobrador do veículo foi operado na segunda-feira (5). Sebastião Pereira Gonçalves passou por uma cirurgia para reconstituição da mandíbula, onde sofreu fraturas múltiplas. Ele não tem previsão de alta.

Mais de dez dias após a tragédia que matou seu amigo, o condutor do bonde Nelson Correa da Silva, e cinco passageiros, Sebastião evita lembrar os momentos que antecederam o choque do bonde contra uma mureta. Segundo sua filha, Tatiana Gonçalves, as recordações o fazem chorar muito.

Por causa da lesão, o cobrador continua com extrema dificuldade para falar. De acordo com Tatiana, uma das poucas frases pronunciadas foi: “Eu vi a morte de perto”. Sebastião soube da morte do amigo Nelson na última quarta-feira (31), quatro dias após o acidente. Segundo a filha do cobrador, a reação foi emocionante.

- Ele chorou muito e chora sempre que lembra. Ainda não acredita no que aconteceu.

Dois dias depois da tragédia, na segunda-feira (29), Tatiana foi localizada pela equipe do R7 e disse que, se dependesse da família, Sebastião não voltaria a trabalhar no bondinho de Santa Teresa. Ela diz acreditar que o pai acatará a vontade dos parentes.

Polícia aguarda depoimento

Titular da Delegacia de Santa Teresa (7ª DP), Tarcísio Jansen considera o depoimento de Sebastião Gonçalves um dos mais importantes. Segundo o delegado, o cobrador pode colaborar com detalhes do funcionamento diário do bondinho e também esclarecer porque o condutor Nelson Correa da Silva desistiu de voltar à garagem após bater em um ônibus.

Segundo a polícia, testemunhas afirmaram que o condutor estava decidido a retornar à base e, por isso, partiu da estação Carioca com o veículo vazio. Contudo, em vez de estacionar o bonde, Nelson passou pela oficina e voltou a descer as ladeiras do bairro recolhendo passageiros. Pouco depois, houve a tragédia.

Os agentes da 7ª DP trabalham com a possibilidade de que um supervisor, único profissional com autonomia para definir a circulação dos bondinhos, tenha ordenado a continuação da viagem.

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