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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Militares que se envolveram em confusão no complexo do Alemão são afastados

Quatro militares que se envolveram em uma confusão com moradores do complexo do Alemão no último domingo (4) ficarão afastados do patrulhamento na comunidade enquanto responderem a um inquérito policial militar, segundo informou o CML (Comando Militar do Leste) nesta quarta-feira (7).


Para o Exército, o episódio criou uma tensão que seria aproveitada pelos criminosos que tentaram invadir o Alemão nesta terça-feira (6), quando um intenso tiroteio assustou moradores e deixou os militares em alerta diante da possibilidade de uma invasão.

Segundo o comandante do CML, o general Adriano Pereira Júnior, na confusão de domingo, os soldados teriam caído em uma “armadilha” ao tentar abordar dois homens flagrados vendendo drogas. Eles se esconderam em um bar, onde moradores assistiam a um jogo de futebol na TV, e deram início a um tumulto.


Uma das versões iniciais era que o tumulto teria começado porque os soldados pediram para diminuir o volume de uma TV.

Dois oficiais e dois praças foram afastados por má conduta, pois, segundo o general Pereira Júnior, erraram ao não perceberam a armadilha.

Para a Secretaria de Segurança e o Exército, traficantes estariam mobilizando os moradores do Alemão e da Penha contra os militares após o anúncio de que a Força de Pacificação permanecerá mais tempo do que o previsto no conjunto de favelas. A determinação é que a ocupação continue até julho do ano que vem, quando serão instaladas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).Em entrevista coletiva nesta quarta (7), Beltrame confirmou que o ataque partiu de traficantes que invadiram o Alemão, segundo havia antecipado com exclusividade no dia anterior.

Após os ataques de terça, a Polícia Militar ocupou as duas comunidades por tempo indeterminado. De acordo com o comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio de Brito Duarte, o efetivo nos morros do Adeus e da Baiana terá 120 policiais.

Exército faz varredura no Alemão

O Exército também deverá aumentar o efetivo de 1.600 militares no Alemão. Mais de 200 soldados devem reforçar a segurança no conjunto de favelas. Na tarde desta quarta-feira, homens da Força de Pacificação e policiais militares deram início a uma varredura no interior da comunidade em busca de pistas que levem aos autores dos ataques.

Os carros blindados do Exército foram recebidos com fogos no interior da comunidade, o que indica que pode haver traficantes no local. Barricadas foram montadas na rua Joaquim de Queiroz, um dos principais acessos ao Alemão, para evitar a passagem dos militares e da polícia.

Moradores relatam que traficantes que fugiram durante a ocupação de novembro passado estariam por trás dos ataques. As informações foram passadas por moradores que pediram para não ser identificados por medo dos criminosos.

- Os bandidos que não foram presos estão aqui amedrontando os moradores. E eles intimidam os moradores; só a presença deles intimida porque nós sabemos quem eles são. Alguns dos que fugiram também voltaram.

O comandante do CML destacou que ainda há tráfico de drogas no Alemão. Por isso, segundo ele, o Exército resolveu divulgar o vídeo que mostra imagens de traficantes em agindo em uma boca de fumo na Vila Cruzeiro.

- Existe tráfico, existe. Divulgamos aquele vídeo para demonstrar isso. Ainda existe um medo muito grande por parte da população de que os traficantes possam retornar ao Alemão.

Cabral admite "fragilidade" da pacificação

Na terça-feira, o governador Sérgio Cabral (PMDB) admitiu a “fragilidade” na política da pacificação das favelas do Rio, após a série de conflitos que envolveram policiais e militares em comunidades ocupadas por forças de segurança.

- Os conflitos que ocorreram no Alemão e em outras UPPs fazem parte de um processo de aprendizado diário na pacificação das comunidades. É evidente que há, tanto na comunidade quanto nas forças de segurança, um resquício do aparato de violência e da cultura do poder paralelo do tráfico ou das milícias. Não podemos criar uma ideia imaginária de que ficou tudo perfeito. Mas, até 2014, vamos conseguir deixar para a população de redução dos índices de criminalidade.

Pacificação vai passar por reavaliação

O comandante das UPPs, Robson Rodrigues, também anunciou na terça que as UPPs passarão por um processo de reavaliação durante seminário na próxima quinta (8) e sexta-feira (9), na sede da Secretaria de Segurança Pública, na Central do Brasil.

- O Exército está fazendo um excelente trabalho no Alemão e vai deixar a situação mais tranquila para a entrada da Polícia Militar. Nós estamos na metade do caminho do processo de pacificação. Nós vamos fazer uma avaliação de todos os fatores que têm nos colocado e nos tirado do caminho a pacificação das comunidades. Nós vamos fazer uma avaliação geral do programa de pacificação.


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