A UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do morro do Turano, no Rio Comprido, zona norte do Rio de Janeiro, comemorou um ano no sábado (24) com um conjunto de ações e serviços sociais gratuitos para os moradores, na Escola Estadual Hebert de Souza.
O comandante geral da unidade, capitão Almir Timotheo Beltran, 32 anos, disse que há muito a festejar. No início da ocupação, houve 42 prisões de bandidos e apreensões de armas e drogas, mas atualmente o número de assaltos a pedestres e roubos a veículos na vizinhança caiu a quase zero e não houve até agora registro de homicídio na comunidade. Segundo ele, antes da UPP, o índice de mortes era muito alto no Turano, em função dos confrontos armados.
Os resultados positivos contribuíram para colocar a 1ª Área Integrada de Segurança, a que pertence a UPP, em primeiro lugar no plano de metas da Secretaria de Segurança para o primeiro semestre de 2011. Cada um dos quase 200 policiais da unidade recebeu o bônus de R$ 6 mil pela colocação.
A dona de casa Iranildes de Araújo Carvalho, cearense de 54 anos e moradora do Turano há 35, disse que, graças à UPP, hoje dorme tranquila quando seus três filhos eles saem à noite.
– O morro hoje está calmo. Antes, só dormia quando meus filhos todos chegavam em casa.
A valorização imobiliária é outro benefício trazido pela pacificação, segundo a mulher.
– Uma casa que valia no máximo R$ 10 mil hoje está valendo mais de R$ 50 mil.
Vicente Melo dos Santos, nascido no Turano há 18 anos, também é testemunha da mudança operada pela UPP. Ele disse que viu muitos de seus amigos se envolverem com o tráfico e alguns até perderam a vida. Hoje em dia, percebe que a situação é diferente, com crianças e jovens da comunidade se dedicando mais aos estudos. Aluno do Hebert de Souza, Santos garante que, em um ambiente tranquilo, até para estudar ficou melhor.
– A gente não tem mais medo de uma bala perdida, como acontecia. Dá pra prestar mais atenção à aula.
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