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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Aderecista da Grande Rio pula do 4º andar para escapar das chamas


Todos os trabalhadores que estavam nos barracões da Grande Rio, Portela e União da Ilha, na Cidade do Samba, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, desde a madrugada desta segunda-feira (7), conseguiram se salvar do incêndio. Para escapar das chamas, o aderecista da Grande Rio, Simon Lacerda, teve que pular do quarto andar do barracão.

“Me joguei, cai em cima do carro e agora eu estou indo pra casa. Eu estava dormindo, porque eu trabalhei até as 3h30, porque a gente trabalha, a gente gosta”, contou o aderecista, que não ficou ferido.

Alguns feridos foram atendidos pelos bombeiros do lado de fora dos barracões. Ainda não se sabe onde o incêndio começou, nem as consequências dele para o carnaval carioca. A pouco menos de um mês para os desfiles, a Grande Rio já estava com quase tudo pronto. O risco do prédio desabar deixou a situação ainda mais tensa.

“Quase todo mundo estava dormindo de domingo para segunda, finalizando os trabalhos. A gente só acordou com o cheiro da fumaça, só deu tempo de descer. Ficou roupa, celular, dinheiro, tudo para trás”, disse um dos trabalhadores.

Outros trabalhadores que estavam chegando no momento do incêndio não acreditaram no que viram. Todos tiveram que abandonar o local, deixando para trás o resultado de um ano e meio de trabalho. O incêndio abalou as emoções de quem ensaiou o ano inteiro: “Só dor, só sentimento de dor, muita dor”, lamentou outro componente da Grande Rio.

Presidente da União da Ilha passa mal
Quando soube dos estragos causados pelas chamas, o presidente da União da Ilha, Ney Filardi, passou mal e foi levado para um hospital. Ele lamentou o que aconteceu: “Noventa e oito por cento das fantasias e dos carros prontos, infelizmente quis o destino que isso acontecesse. É só lamentar gente, é só lamentar”, disse.

Para o diretor de carnaval da União da Ilha, Márcio André Souza, qualquer ajuda é bem-vinda. “Os presidentes se propuseram a ajudar com alegorias, carros e materiais e o prefeito se dispôs a contribuir com uma ajuda financeira às escolas atingidas”, disse ele.

O presidente da Portela, Nilo Figueiredo, acredita na força da solidariedade. “Vamos usar a comunidade para ajudar”, afirmou ele. “Confio nas escolas irmãs”, resumiu Helinho de Oliveira, da Grande Rio.

Reunião

As escolas de samba do Rio de Janeiro marcaram uma reunião com todos os presidentes do Grupo Especial para a noite desta segunda. A ideia é discutir formas de ajudar as agremiações afetadas pelo incêndio na Cidade do Samba e tentar encontrar soluções no regulamento para o desfile do carnaval 2011.

“Temos que tentar ajudar quem já está muito prejudicado”, disse o carnavalesco da Unidos da Tijuca, Paulo Barros. “Vamos ajudar com o que puder, fantasias, carros alegóricos, até presidente, se precisar”, reiterou a presidente do Salgueiro, Regina Célia. “Vamos nos reunir, às 19h, para encontramos a melhor contribuição possível”, completou o presidente da Beija-Flor, Anísio Abraão David.

Os bombeiros tentaram salvar carros alegóricos e materiais da União da Ilha e da Liesa. (Foto: Alícia Uchôa / G1)

Mudanças no regulamento
A esperança das escolas afetadas, agora, é que as outras agremiações e a Liga aceitem a sugestão do prefeito Eduardo Paes para que nenhuma escola seja rebaixada ao Grupo de Acesso no carnaval deste ano.

A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), no entanto, não confirma a mudança. “Nesta reunião, serão discutidas as medidas a serem tomadas e onde as escolas que perderam o espaço do barracão poderão recomeçar a se estruturar”, disse o presidente de carnaval da Liga, Elmo José dos Santos.

“Acho que é um consenso que nenhuma escola deva cair, uma sobe e ano que vem, duas escolas descem”, disse o diretor de carnaval da União da Ilha, Marcio André de Souza, que já viu sua escola sofrer com danos e se recuperar nos carnavais de 1994 e 1999. “Mas, nesses, tivemos mais tempo para recuperação”, lembra ele.

Como foi
As chamas na Cidade do Samba, onde funcionam barracões de 14 escolas de samba,foram controladas pouco antes das 11h. Ao todo, 39 carros dos bombeiros de sete quartéis e 80 homens foram enviados ao local. Os barracões daLiesa, Grande Rio, Portela e União da Ilha foram afetados.

Ainda não há informações sobre feridos, mas a Secretaria municipal de Saúde confirmou que um homem de aproximadamente 30 anos deu entrada intoxicado no Hospital Souza Aguiar, no Centro, depois de ter inalado grande quantidade de fumaça. Ele passa bem.

Mapa da cidade do samba (Foto: Arte G1)

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