Os dois dias de protestos contra o regime de Muammar Gaddafi, na Líbia, já deixaram mais de 20 mortos no país africano. Os números são desencontrados, mas o maior número de vítimas está na cidade de Benghazi, a segunda maior do país. Segundo a agência France Presse, dois policiais foram enforcados por manifestantes na cidade de Al Baida.
Segundo fontes ouvidas pela rede de TV CNN e pela agência France Presse, 20 pessoas morreram apenas em Benghazi. A agência francesa também informa que sete pessoas foram mortas na cidade de Derna e que opositores enforcaram dois policiais, retaliando a repressão do regime de Gaddafi, no poder há 42 anos.
Os protestos se espalham rapidamente pelo mundo árabe, uma semana após a queda do líder egípcio Hosni Mubarak. Nesta sexta-feira (18), milhares de pessoas voltaram à praça Tahrir, no Cairo, para comemorar o fim do regime de três décadas. A revolução no Egito e na Tunísia, onde o regime também desmoronou, inspira revoltas na Líbia, no Bahrein, no Iêmen e em Omã.
Na Líbia, os manifestantes chegaram a anunciar a tomada do controle de Benghazi. A resposta do regime foi rápida. O governo mobilizou o Exército e a repressão das forças de segurança e de milícias leais a Gaddafi deixaram 20 manifestantes mortos na cidade.
Os comitês revolucionários, pilares do regime de Muammar Gaddafi, ameaçaram os manifestantes contra o poder com uma resposta "violenta e fulminante", indicaram no site de seu jornal Azahf al Ajdar (A Marcha Verde).
Funerais devem suscitar mais violência
Os manifestantes mortos devem ser enterrados nesta sexta-feira e neste sábado (19) em Benghazi e Bayda, o que pode catalisar novos protestos.
Nesta quinta-feira, houve mortes em várias cidades da região depois de a oposição convocar o Dia de Fúria contra Gaddafi, inspirado nas recentes revoluções que derrubaram ditadores nos vizinhos Tunísia e Egito.
Protestos como esse são raros na Líbia, e o rígido controle sobre a imprensa e as telecomunicações dificulta avaliar a extensão do movimento e da repressão. Na sexta-feira, relatos não confirmados em redes sociais davam conta de até 50 mortos. As autoridades não se manifestaram oficialmente.
A oposição reivindica liberdades políticas, respeito aos direitos humanos e o fim da corrupção. Gaddafi costuma dizer que os líbios vivem em uma verdadeira democracia.
Analistas consideram que o regime líbio tem possibilidade de usar os dividendos do petróleo para aplacar descontentamentos sociais e reduzir as chances de que o país tenha uma revolução como a egípcia.
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