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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Tribunal adia decisão sobre extradição do fundador do WikiLeaks

A Alta Corte de Londres adiou nesta quarta-feira (13), para uma data não determinada, a decisão sobre a apelação apresentada pelo fundador do WikiLeaks, Julian Assange, contra a sua extradição para a Suécia, para enfrentar acusações de estupro e agressões sexuais.

A Corte ouviu as duas partes nesta terça-feira (12) e hoje, em uma nova etapa de uma batalha judicial, que está longe do fim.
Julian Assange, que reformulou a sua equipe de advogados, se prepara visivelmente para uma longa disputa, adotando uma postura mais discreta - sem fazer declarações - e optando por uma defesa mais técnica, menos extravagante do que durante o processo na primeira instância, em fevereiro.

Seus advogados basearam suas alegações no caráter desproporcional do mandado de extradição, já que seu cliente não é oficialmente acusado na Suécia e poderá ser interrogado à distância pela Justiça sueca.

Mark Summers, um dos advogados, diz que “nenhuma decisão de processar ou de acusar [Assange] foi tomada”.

– A investigação preliminar continua aberta.

O advogado inglês que atua em nome da promotora Clare Montgomery, que atua em nome das autoridades suecas, afirmou que basta "uma acusação e uma intenção de ir à Justiça" para sustentar o pedido de extradição.

O processo entrou em um momento de revelações detalhadas (às vezes cruas) do que teria ocorrido entre Julian Assange e as duas jovens suecas que o acusam de ter mantido relações não consentidas e não protegidas em agosto de 2010.

Segundo Clare Montgomery, as duas "foram dominadas fisicamente, ou colocadas em uma posição em que não tinham escolha, e tiveram que se submeter às vontades de Assange".

O fundador do WikiLeaks, que denuncia uma armadilha política após a divulgação de documentos secretos ligados à diplomacia americana, teme ser extraditado para os Estados Unidos, onde o governo americano deseja levá-lo a julgamento.

Entenda o caso

Julian Assange foi preso no fim do ano passado em Londres em virtude de uma ordem de prisão válida para toda a Europa. Depois de passar nove dias na cadeia, Assange está em liberdade condicional desde o dia 16 de dezembro e vive praticamente o tempo todo na mansão de um amigo, a 200 km da capital inglesa.

A prisão aconteceu após o início da divulgação de milhares de telegramas diplomáticos confidenciais americanos pelo Wikileaks, assim como de documentos secretos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão.

Os partidários de Assange denunciam que o caso tem motivações políticas e que a extradição para a Suécia seria apenas uma etapa antes do australiano ser entregue aos Estados Unidos, país que ainda estuda uma maneira de acusá-lo formalmente pelos vazamentos.

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