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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Base do Samu "campeã de atendimentos" é desativada pela Prefeitura de SP

A Secretaria de Saúde de São Paulo desativou, na semana passada, a base do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), no bairro Armênia, na região central da capital. A reportagem do R7 apurou com funcionários do serviço de urgência que a sede local recebia cerca de 800 chamados por mês, o maior número de pedidos de atendimento se comparado às outras bases da capital.

Mesmo com uma grande demanda de pedidos de socorro, a direção do Samu em São Paulo não antecipou um plano alternativo para atender aos chamados que até então eram repassados para a base do Samu da Armênia, segundo os dois funcionários que pediram para não ser identificados. A base, segundo apurou a reportagem, é a campeã de atendimentos. Após ela, está a sede do Tatuapé, na zona leste da capital, com cerca de 400 chamados mensais.

A Secretaria de Segurança nega que a base da Armênia receba em média 800 chamados por mês, mas não informou qual seria o número correto de ligações repassadas para esta unidade do Samu. A pasta já havia sido procurada pela reportagem do NVC antes da publicação desta reportagem, mas só ela respondeu a essa questão após a veiculação da matéria.

De acordo com os funcionários ouvidos pelo NVC, as causas para a desativação da base Armênia não ficaram claras. Em um primeiro momento, o fechamento da sede local do serviço de urgência teria acontecido após a veiculação de reportagens naRede Record sobre irregularidades no atendimento. Depois, os socorristas ouviram da direção do Samu que a mudança aconteceu por causa de uma investigação do Ministério Público.

Como relataram os empregados, a direção centro-oeste do Samu também convocou os funcionários da base Armênia e chegou a dizer, durante o encontro, que o fechamento da sede local acontecia para “desarticular” a equipe que trabalhava ali e que, supostamente, teria sido a autora das denúncias divulgadas pelo R7 e pela TV Record.

A Secretaria Municipal da Saúde afirmou, em nota, que a base Armênia do SAMU não será fechada definitivamente. A unidade passará por “uma reforma, previamente programada, para melhorar, cada vez mais, o atendimento prestado aos paulistanos e a estrutura de trabalho de seus profissionais”. O tempo para a conclusão das obras, entretanto, não foi informado pela pasta.

Os profissionais ouvidos pela reportagem disseram desconhecer a reforma que a pasta disse ter programado com antecedência.

"Irresponsabilidade grave"

A base do Samu da Armênia era responsável por atender chamados de toda a região central, além dos bairros do Cambuci, Mooca e Brás. Ainda de acordo uma funcionária, os profissionais deste local também já foram designados para socorrer moradores da Lapa e da zona leste, quando as ambulâncias dessas regiões estavam quebradas ou sendo usadas em atendimentos.

- É uma responsabilidade grave uma base que recebe 600 chamados por mês e cobre várias regiões da cidade ser fechada por motivos duvidosos. Todos os dias, o local atendia em média 16 chamados.

O atendimento dos pedidos de socorro era feito com duas ambulâncias. Em fevereiro deste ano, a reportagem do NVC flagrou ao menos seis veículos parados no pátio da base por causa de documentos irregulares e problemas mecânicos. Na semana passada, três delas permaneciam no local sem funcionamento, relatou um dos funcionários.

Outra pessoa que trabalhava no local chamou a atenção para a localização da base que foi desativada pela Secretaria Municipal de Saúde.

- A base ficava no número 704 da avenida dos Estados, uma das vias mais movimentadas da capital. A equipe trabalhava no meio da região central da cidade, o que explica o número grande de atendimento por mês.

Enfermeiros, médicos, motoristas e outros profissionais que trabalharam no setor administrativo da base foram orientados, na semana passada, a procurar outra base para trabalhar.

A secretaria afirmou que "existem outras quatro bases do SAMU na região central, todas próximas à unidade citada pela reportagem: Casa Verde e Santana (perto do Pronto-Socorro), ambas a 1 km da Base Armênia; praça da Sé e uma perto do Hospital 9 de julho".
Em nota, a pasta disse que os profissionais da Armênia exercerão atividades nessas unidades, para que não haja nenhum prejuízo para chegarem ao local de trabalho e nem para o atendimento às vitimas.

Os dois funcionários ouvidos pela reportagem afirmam que os socorristas do Samu trabalham nas sedes do Corpo de Bombeiros da Sé e da Luz costumam ser destinados a fazer atendimentos de urgência como em incêndio ou desabamento. Por causa disso, acabam faltando profissionais para atender com rapidez casos de emergência clínica, como paradas cardiorrespiratórias e quedas.

Ainda de acordo com Secretaria Municipal de Saúde, as ambulâncias que foram encontradas paradas na unidade fazem parte de "uma reserva técnica" para manter outros 120 veículos em atendimento diário nas ruas.

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