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terça-feira, 5 de julho de 2011

Christine Lagarde assume direção do FMI com carregada agenda de trabalho

A política francesa Christine Lagarde assumiu nesta terça-feira (5) as rédeas do FMI (Fundo Monetário Internacional) com o compromisso de seguir "os mais altos padrões de conduta ética" e uma repleta agenda de trabalho, tendo a Europa como centro das atenções, em meio à crise financeira que atinge o continente. Vestida de tailleur escuro, Lagarde chegou por volta das 9h locais (10h de Brasília) à sede do FMI, em Washington, onde era esperada por inúmeros fotógrafos e cinegrafistas.

A ex-ministra das Finanças da França foi recebida pelo até agora diretor-gerente interino do Fundo, o americano John Lipsky, e pelo decano do conselho executivo do organismo, o egípcio Shakour Shaalan. Lagarde, de 55 anos, se reune nesta terça-feira (5) com os funcionários do Fundo, aos quais prometeu trabalhar duro para superar o difícil momento que atinge o organismo após a renúncia do ex-diretor-gerente Dominique Strauss-Kahn, acusado de crimes sexuais contra uma camareira.

O jornal "The New York Post" informa que a promotoria de Nova York pretende retirar as acusações contra Strauss-Kahn, mas, em Paris, a jornalista francesa Tristane Banon prestou queixa nesta terça-feira contra DSK por suposta tentativa de estupro em 2003.

– Sei que os recentes eventos não foram particularmente agradáveis para nenhum de vocês, nem para a instituição em seu conjunto, afirmou Lagarde em um e-mail enviado aos funcionários, a que teve acesso a rede de televisão "CNN".

– Trabalharei realmente duro para superar esse mau tempo e garantir que possamos concentrar nossos esforços na direção correta, que consiste em gerar um trabalho excelente com um bom esforço coletivo.

A primeira mulher que dirigirá o Fundo assume o cargo em meio a grandes incertezas na Europa devido à crise grega, instabilidade no Oriente Médio, sinais inflacionários nos países emergentes e forte alta nos preços das matérias-primas. Na segunda-feira, a agência americana de classificação de riscos Standard & Poor's (S&P) destacou que a proposta franco-alemã para que o setor financeiro privado participe do segundo resgate financeiro à Grécia poderia derivar em falta de pagamento por parte de Atenas.

A S&P alertou que as consequências de uma eventual falta de pagamento da Grécia seriam sentidas no mundo todo e disse duvidar da capacidade do país de cumprir os requisitos impostos pela chamada "troika" - grupo integrado por FMI, Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia) e Banco Central Europeu (BCE). Na entrtevista que deu para o cargo, em 23 de junho, Lagarde desse que o FMI tem uma série de áreas em que deve atuar.

– O Fundo tem muitas atividades para lidar, como uma recuperação global desigual, ressurgimento de desequilíbrios, fluxos de capital potencialmente desestabilizadores, alto desemprego, crescente inflação e situações difíceis em diversos países.

Por essas e outras preocupações, Lagarde receberá R$ 863 mil por ano (US$ 551,7 mil), que incluem um salário de R$ 732 mil (US$ 467.94 mil) mais um complemento de R$ 131 mil (US$ 83.760), segundo os termos de seu contrato divulgados nesta terça-feira pelo FMI. O contrato ressalta que a sucessora de Strauss-Kahn deverá seguir "os mais altos padrões de conduta ética", com "integridade, imparcialidade e discrição", e deverá evitar qualquer "aparência de conduta inadequada".

Nenhuma dessas exigências aparecia no contrato assinado por Dominique Strauss-Kahn, a quem se exigia como única condição "seguir os padrões de conduta aplicáveis ao pessoal do FMI". As autoridades do Fundo recomendam o mesmo a Lagarde, além de participar "eventualmente dos programas de treinamento ético", que são obrigatórios para o quadro de funcionários da instituição.

Fora essas orientações, os termos do contrato assinado por Lagarde são praticamente idênticos aos do assinado pelo antecessor, em setembro de 2007, salvo no que diz respeito ao salário que, segundo estipula, será ajustado conforme a evolução dos preços na área de Washington DC. Strauss-Kahn assinou com um salário anual de R$ 658 mil (US$ 420.930), ao que se somava um complemento de R$ 117 mil (US$ 75.350).

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