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terça-feira, 5 de julho de 2011

Obama convoca congressistas para tentar resolver impasse sobre dívida

Em meio ao impasse nas negociações para elevar o teto da dívida pública americana, o presidente Barack Obama convocou nesta terça-feira (5) líderes democratas e republicanos do Congresso dos EUA para um encontro na Casa Branca, em mais uma tentativa de chegar a um acordo.

O convite para a reunião, marcada para quinta-feira, foi anunciado em um breve pronunciamento, no qual o presidente rejeitou propostas sugeridas recentemente por alguns congressistas de um aumento de curto prazo no limite da dívida, caso não haja acordo.

- Não acho que o povo americano nos enviou aqui para evitar problemas difíceis. Eu acredito que neste momento temos uma oportunidade única para fazer algo grande: enfrentar nosso deficit de uma maneira que obrigue nosso governo a viver com seus próprios meios, que coloque nossa economia em posição mais forte para o futuro e ainda nos permita investir nesse futuro.

Segundo o governo americano, caso o Congresso não chegue a um acordo para elevar o teto da dívida até 2 de agosto, os Estados Unidos terão de deixar de cumprir seus compromissos financeiros. O país atingiu o limite legal de endividamento público, de R$ 22,3 trilhões (US$ 14,3 trilhões), em 16 de maio.

Na ocasião, o Departamento do Tesouro anunciou a adoção de medidas temporárias para impedir que a dívida ultrapassasse esse limite, como a suspensão de investimentos em fundos de pensão, mas alertou que, mesmo com essas ações, o endividamento deverá ultrapassar o teto em 2 de agosto.

Negociação

Segundo Obama, sua equipe manteve diversas discussões com líderes dos dois partidos durante o fim de semana e o feriado de 4 de julho.

- Já fizemos progresso e, acreditem, há progresso ainda maior à vista”, disse o presidente. “Mas não quero enganar ninguém: nós ainda temos de trabalhar algumas diferenças reais.

A oposição republicana, que controla a Câmara dos Representantes (deputados federais), exige que qualquer acordo sobre o aumento do teto seja vinculado a cortes no orçamento americano, que registra um deficit recorde calculado em R$ 2,2 trilhões (US$ 1,4 trilhão) para o ano fiscal que termina em setembro. Há grandes divergências entre democratas e republicanos sobre onde e como cortar gastos para reduzir o deficit.

Nesta terça-feira (5), Obama admitiu a necessidade de economizar “trilhões” de dólares ao longo da próxima década, mas voltou a citar a necessidade de acabar com cortes de impostos para a camada mais rica da população. Os republicanos, porém, já afirmaram repetidas vezes que rejeitam qualquer acordo que inclua aumento de impostos, ao citar o risco de uma redução ainda maior no rimo já lento da recuperação da economia americana. Entre os democratas, há resistência em deixar que os cortes atinjam vários programas sociais.

Alertas

Com a proximidade do prazo de 2 de agosto, Obama disse que os congressistas não devem deixar o acordo para “o último segundo” e afirmou esperar uma solução nas próximas duas semanas. Pediu também que todos “deixem seus ultimatos na porta” e tentem fazer o que é melhor para a economia do país.

O chamado presidencial vem se somar a alertas feitos recentemente pelo próprio Obama e por outros membros do governo sobre o risco de não obter um acordo para elevar o teto da dívida e cortar gastos.

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