O policial militar João Dias Ferreira, que acusou o ministro do Esporte, Orlando Silva, de receber propina, disse nesta terça-feira (18) que “vão surgir em breve” as provas que comprovam a participação do político em um suposto esquema de desvio de verbas do programa Segundo Tempo, gerido pela pasta.
O oficial se reuniu hoje com senadores e deputados da oposição ao mesmo tempo em que Orlando Silva prestava esclarecimentos na Câmara dos Deputados.
- Vão surgir, em breve, vários documentos que vão comprovar essa situação. Reafirmo que as provas são naturais. E as provas a que me refiro são os documentos fraudulentos. Eu e minhas duas entidades, que eu administrava, somos a primeira peça do dominó.
Ferreira disse ter encaminhado um ofício ao Ministério da Justiça pedindo proteção por temer um atentado contra a sua vida.
- Estou aqui porque um vizinho do meu condomínio disse que tem percebido intensas movimentações ao redor da minha residência. Tenho sofrido ameaças há mais de dois anos. Se eu me acovardar, como muitos fizeram, as coisas não vão mudar. Não temo, mas não desafio.
De acordo com o policial, existem irregularidades em mais de 300 convênios firmados pelo Ministério do Esporte. Apesar de ter adiado o depoimento que prestaria hoje de manhã à Polícia Federal, Ferreira declarou que está à disposição das autoridades para dar esclarecimentos sobre as denúncias contra o ministro.
- A verdade é única e ela irá aparecer. Estou à disposição da Polícia Federal, do Ministério Público, desta Casa e dos senhores jornalistas. Não temos nada a temer. As coisas não estão se encerrando com essa audiência pública do ministro [na Câmara]. Tem muita água para rolar e muitas coisas virão.
- Não estou acusando o governo de nada, denunciando situações vinculadas exclusivamente ao Ministério do Esporte. Quero contribuir. Não estou atacando nem mesmo o atual ministro Orlando Silva. Estou tentando revelar o sistema fraudulento que está no interior do Ministério do Esporte. Não vou deixar minha honra e a honra do povo brasileiro se degradarem em virtude dessa situação.
Perguntado por que fez as denúncias somente agora, já que segundo ele mesmo as irregularidades vêm ocorrendo há oito anos, Ferreira disse que o atual momento, em que o Brasil se prepara para receber a Copa do Mundo de 2014, permite atrair uma maior atenção para o caso.
- Se fosse em outro momento, talvez não tivesse repercussão.
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