Quadrilhas de contrabandistas que agem na tríplice fronteira, em Foz do Iguaçu ( 636 km de Curitiba), passaram a equipar automóveis com motores alterados, estrutura interna modificada para suportar mais carga e recrutamento de condutores que tiveram aulas de pilotagem. As constatações vêm sendo feitas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) nas operações de fiscalização nas rodovias que cruzam a região de fronteira. "O crime organizado não quer perder nem o automóvel nem a carga do contrabando. Em alguns casos a gente já testemunhou que eles [motoristas do contrabando] tinham feito cursos de pilotagem. Em outras, as quadrilhas recrutam pessoas com aptidão ao volante, mas sem juízo. O que eles fazem [de manobras arriscadas para escapar das blitze] nem na Lua acontecesse", disse o inspetor Luiz Antônio Gênova, chefe do Núcleo Operacional da PRF em Foz do Iguaçu. Em julho deste ano, por exemplo, patrulheiros da PRF apreenderam um automóvel adaptado para transportar mercadorias contrabandeadas e para fugas. O veículo chamou a atenção dos policiais. O carro tinha sido equipado com rádio, proteção de aço na parte inferior (blindagem) e suspensão modificada para suportar o excesso de peso das mercadorias, além de alteração da potência do motor. O veículo tinha produtos eletrônicos comprados no Paraguai avaliados em R$ 80 mil. Há duas semanas, um carro com motor “envenenado” e que poderia chegar a 200 km/h também foi apreendido por fiscais da Receita Federal, em Foz do Iguaçu, com produtos eletrônicos e cigarros contrabandeados. "Na cabeça deles, tudo é feito para que eles não parem de jeito nenhum. Já tivemos casos em que o condutor perdeu a borracha de todas as rodas e mesmo assim tentou transitar com as quatro rodas de ferro até não conseguir mais. Quando não tem mais jeito, eles jogam o carro para o mato da beira da estrada e tentam escapar a pé", diz o inspetor da PRF. Para não ficar no "prejuízo" de ter o carro e contrabando apreendidos, outra tática usada pelos criminosos é transitar de volta do Paraguai em horários de grande fluxo de veículos, uma tentativa de burlar a seleção de carros a serem abordados nos pontos de fiscalização. Gênova diz que a aparição de carros mais potentes no transporte do contrabando é sintoma de um problema enfrentado pelas quadrilhas. De acordo com o inspetor, as financeiras passaram a perceber que carros estavam sendo pegos em blitze na região de Foz do Iguaçu. Começaram a fazer uma avaliação mais rigorosa para liberar crédito para a compra de um veículo que poderia cair em mãos suspeitas. Outra alternativa foi o furto de veículos em todo o país, de preferência modelos esportivos como Astra e Audi A3 e Audi 4, com motores 1.8 e 2.0 projetados para atingir altas velocidades e assim escapar de perseguições policiais.
Por isso, surgiu a necessidade dos contrabandistas de reaproveitar o sistema de transporte usado nas rotas. Para isso, partiram para projetar carros que pudessem superar em velocidade as viaturas policiais.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Contrabandistas "envenenam" motores de carros e têm aula de pilotagem para escapar da polícia
13:53
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