Leandro Campos, ex-funcionário do restaurante Filé Carioca, que explodiu no último dia 13 de outubro, não compareceu para prestar nesta sexta (28). Uma vez que ele é tido como peça-chave para a investigação, o inquérito da explosão, que seria encerrado hoje, continua, e a Polícia Civil já estuda solicitar um mandado de condução.
De acordo com Antônio Bonfim, delegado da 5ª DP (Lapa), o ex-funcionário está "se esquivando" da polícia, possivelmente por orientação de um advogado. Ele deveria ter se apresentado na última sexta (21), mas cancelou na última hora. Depois marcou outras três vezes, sendo a última na terça-feira (25), porém não compareceu novamente. A versão dessa testemunha pode apontar se o estabelecimento armazenava botijões de gás de forma irregular.
"Ele chegou a me prometer que prestaria depoimento, mas deve ter sido orientado a se esquivar", disse. Segundo Bonfim, o depoimento do ex-funcionário "é de extrema importância para avaliar o grau de responsabilidade dos proprietários do restaurante". O delegado ainda tenta ouvir a testemunha nesta sexta-feira (28), mas há poucas chances de que o rapaz compareça à 5ª DP.
Leandro Campos foi demitido no último dia de trabalho antes do acidente por motivos ainda não especificados. O delegado desconfia que a testemunha tenha presenciado algum tipo de irregularidade durante o tempo em que trabalhou no Filé Carioca. "O Leandro sabia dos cilindros e parece que não foi a primeira vez que os funcionários sentiram cheiro de gás. Ele pode comprovar tudo aquilo que já sabemos. As famílias das vítimas estão esperando por essa resposta", afirmou.
Na semana passada, Bonfim declarou que os parentes dos quatro mortos e dos 17 feridos na tragédia não ficarão "sem resposta". Segundo ele, a conclusão do inquérito "não vai agradar muita gente". "Vamos achar o culpado, independentemente de quem quer que seja. Não é admitido que um ser humano saia para trabalhar e não volte por causa das irresponsabilidades de uma série de pessoas que se escondem atrás de seus cargos", afirmou.
O restaurante explodiu no último dia 13 devido a um vazamento de gás. O dono do local, Carlos Rogério do Amaral, culpou uma empresa terceirizada pela falta de manutenção dos botijões e cilindros de gás e disse que nunca recebeu qualquer vistoria dos órgãos responsáveis.
O Filé Carioca funcionava havia três anos com alvará provisório emitido pela prefeitura. Segundo o Corpo de Bombeiros, o estabelecimento não tinha autorização para o armazenamento de qualquer tipo de gás.
Síndico acusa empresa
O síndico do edifício Riqueza, Jorge Nogueira, prestou depoimento na última segunda-feira (24). A testemunha disse ao delegado Antônio Bonfim que a empresa Rochafire Tecnologia e Sistemas Contra Incêndio, credenciada pelo Corpo de Bombeiros, fora contratada no ano passado para desenvolver um plano de segurança para o prédio, porém não concluiu os trabalhos.
De acordo com Bonfim, as novas informações passadas pelo síndico podem ampliar o número de potenciais responsáveis pelo acidente. "A polícia está avaliando o grau de culpabilidade de cada um dos investigados. Todas essas informações apontarão o comprometimento de cada um e a contribuição para a explosão no Filé Carioca", afirmou o delegado.
Segundo Bonfim, o síndico do edifício Riqueza entrou com uma ação judicial contra a Rochafire, porém não revelou o motivo pelo qual a empresa não entregou o plano de segurança. "O síndico fechou um contrato de R$ 350 mil com a firma que deveria ter elaborado um plano de segurança a partir do laudo emitido pelo Corpo de Bombeiros", explicou.
Antes de fechar contrato com a Rochafire, Jorge Nogueira negociou com uma outra empresa, cujo nome não foi divulgado, que se responsabilizou pelo processo de emissão do laudo de exigência do Corpo de Bombeiros (laudo nº 1470/707, liberado em 2010). O edifício Riqueza pagou R$ 15 mil pelo serviço.
No entanto, às 15 horas do dia 13 de outubro, data da explosão, um oficial do Corpo de Bombeiros entregou uma notificação ao síndico informando que ele deveria ter solicitado um novo laudo.
"O que o síndico questiona é a razão pela qual o Corpo de Bombeiros não entregou essa notificação antes, apenas no dia do acidente. Nós vamos correr atrás de todos esses pontos que ainda estão nebulosos", disse Bonfim. O delegado também deixou claro que o fato de o síndico ter contratado os serviços de uma empresa de segurança não anula uma potencial culpabilidade.
"Quando ele contratou a firma, sabia da existência das lojas no interior do edifício, incluindo o restaurante. Um restaurante não pode cozinhar com fogão à lenha. Ninguém fica eximido de responsabilidade", disse.
"Ele chegou a me prometer que prestaria depoimento, mas deve ter sido orientado a se esquivar", disse. Segundo Bonfim, o depoimento do ex-funcionário "é de extrema importância para avaliar o grau de responsabilidade dos proprietários do restaurante". O delegado ainda tenta ouvir a testemunha nesta sexta-feira (28), mas há poucas chances de que o rapaz compareça à 5ª DP.
Leandro Campos foi demitido no último dia de trabalho antes do acidente por motivos ainda não especificados. O delegado desconfia que a testemunha tenha presenciado algum tipo de irregularidade durante o tempo em que trabalhou no Filé Carioca. "O Leandro sabia dos cilindros e parece que não foi a primeira vez que os funcionários sentiram cheiro de gás. Ele pode comprovar tudo aquilo que já sabemos. As famílias das vítimas estão esperando por essa resposta", afirmou.
Na semana passada, Bonfim declarou que os parentes dos quatro mortos e dos 17 feridos na tragédia não ficarão "sem resposta". Segundo ele, a conclusão do inquérito "não vai agradar muita gente". "Vamos achar o culpado, independentemente de quem quer que seja. Não é admitido que um ser humano saia para trabalhar e não volte por causa das irresponsabilidades de uma série de pessoas que se escondem atrás de seus cargos", afirmou.
O restaurante explodiu no último dia 13 devido a um vazamento de gás. O dono do local, Carlos Rogério do Amaral, culpou uma empresa terceirizada pela falta de manutenção dos botijões e cilindros de gás e disse que nunca recebeu qualquer vistoria dos órgãos responsáveis.
O Filé Carioca funcionava havia três anos com alvará provisório emitido pela prefeitura. Segundo o Corpo de Bombeiros, o estabelecimento não tinha autorização para o armazenamento de qualquer tipo de gás.
Síndico acusa empresa
O síndico do edifício Riqueza, Jorge Nogueira, prestou depoimento na última segunda-feira (24). A testemunha disse ao delegado Antônio Bonfim que a empresa Rochafire Tecnologia e Sistemas Contra Incêndio, credenciada pelo Corpo de Bombeiros, fora contratada no ano passado para desenvolver um plano de segurança para o prédio, porém não concluiu os trabalhos.
De acordo com Bonfim, as novas informações passadas pelo síndico podem ampliar o número de potenciais responsáveis pelo acidente. "A polícia está avaliando o grau de culpabilidade de cada um dos investigados. Todas essas informações apontarão o comprometimento de cada um e a contribuição para a explosão no Filé Carioca", afirmou o delegado.
Segundo Bonfim, o síndico do edifício Riqueza entrou com uma ação judicial contra a Rochafire, porém não revelou o motivo pelo qual a empresa não entregou o plano de segurança. "O síndico fechou um contrato de R$ 350 mil com a firma que deveria ter elaborado um plano de segurança a partir do laudo emitido pelo Corpo de Bombeiros", explicou.
Antes de fechar contrato com a Rochafire, Jorge Nogueira negociou com uma outra empresa, cujo nome não foi divulgado, que se responsabilizou pelo processo de emissão do laudo de exigência do Corpo de Bombeiros (laudo nº 1470/707, liberado em 2010). O edifício Riqueza pagou R$ 15 mil pelo serviço.
No entanto, às 15 horas do dia 13 de outubro, data da explosão, um oficial do Corpo de Bombeiros entregou uma notificação ao síndico informando que ele deveria ter solicitado um novo laudo.
"O que o síndico questiona é a razão pela qual o Corpo de Bombeiros não entregou essa notificação antes, apenas no dia do acidente. Nós vamos correr atrás de todos esses pontos que ainda estão nebulosos", disse Bonfim. O delegado também deixou claro que o fato de o síndico ter contratado os serviços de uma empresa de segurança não anula uma potencial culpabilidade.
"Quando ele contratou a firma, sabia da existência das lojas no interior do edifício, incluindo o restaurante. Um restaurante não pode cozinhar com fogão à lenha. Ninguém fica eximido de responsabilidade", disse.
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