O supervisor de Meio ambiente da Chevron, Luiz Pimenta, afirmou que a empresa responsável pelo vazamento de óleo no Campo de Frade, no litoral norte do Rio, está envergonhada com o acidente. A declaração foi dada na abertura da audiência da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, que apura o vazamento de óleo na bacia de Campos, nesta quarta-feira (30).
- Uma gota de óleo não é aceitável no mar. Estamos nos sentindo envergonhados.
O representante da empresa também disse que a Chevron é totalmente responsável pelo acidente e que a ela agiu de maneira responsável com rapidez e segurança.
Durante a sessão, que durou quase quatro horas, Pimenta esclareceu todos os procedimentos tomados pela petroleira para conter o vazamento, detalhando os dias e as ações. Ele assegurou que a companhia continua monitorando a área e cumprindo as etapas para selar o vazamento conforme acordado com a ANP (Agência Nacional do Petróleo). De acordo com o supervisor, o maior vazamento foi controlado em quatro dias, mas ainda existe uma região por onde o óleo continua saindo.
- Ainda tem lá um óleo residual vazando para a superfície. Representa uns três barris por dia.
Pimenta também informou que a empresa está seguindo três metas determinadas pelo presidente da Chevron: Garantir a segurança das equipes, interromper o vazamento e recuperar o meio ambiente. Segundo ele, essas orientações têm alcançado o objetivo.
- Não houve nenhum incidente com o pessoal. (...) Interrompemos a fonte de vazamento em quatro dias.
Ele garantiu aos parlamentares que estão sendo usados todos os recursos disponíveis para recuperar o meio ambiente.
Plano Contingência
Durante a audiência, o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida, afirmou que o Plano Nacional de Contingência contra Vazamentos de Petróleo estará pronto em 15 dias. O plano inclui ações nacionais para fiscalizar e agir rapidamente em casos de vazamento de petróleo.
Segundo o secretário, o ministério retomou os estudos para apresentar o plano de contingência, em dezembro, à Presidência da República. A elaboração do plano se arrasta há dez anos, mas, só em 2010, após o vazamento de petróleo no golfo do México, é que o programa começou a sair do papel.
Almeida disse que os acidentes de proporções menores, como o da Chevron no litoral do Rio de Janeiro, farão parte do plano nacional.
- O acidente trouxe a percepção de que o plano precisa de alguns ajustes. O acidente no Campo de Frade não estaria enquadrado no Plano Nacional de Contingência. Esse plano foi construído para acidentes de grandes proporções, mas agora acidentes de proporções menores devem ser incluídos.
Atualmente é a Petrobras que elabora programas de contingência para cada uma das plataformas, mas o governo quer uma estratégia nacional, com a atuação conjunta dos órgãos fiscalizadores e do meio ambiente.
Consequências
O vazamento de óleo afetou diretamente o mercado pesqueiro de municípios próximos à bacia de Campos. Apesar de a mancha estar a 120 km de distância do litoral, pescadores do norte do Estado do Rio sentem de perto os "efeitos psicológicos" do acidente. O óleo começou a vazar na bacia no dia 8 deste mês, mas somente no dia seguinte a Chevron tomou conhecimento.
Em visita ao distrito de Atafona, no município de São João da Barra, o R7 conversou com pescadores e comerciantes que reclamaram que moradores e turistas não querem consumir os peixes da região, temendo uma possível contaminação.
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