Pelo menos oito pessoas morreram ontem e outras 299 ficaram feridas em choques entre manifestantes e militares junto à sede do Conselho de Ministros, no centro do Cairo, informou neste sábado (17) o subsecretário de Saúde Adel Adaui, segundo a agência de notícias estatal "Mena".
Uma fonte dos serviços de segurança disse à agência "EFE" que os soldados detiveram também vários participantes dos distúrbios, sem precisar quantos, e na manhã de hoje puseram fim à manifestação junto à sede governamental. A fonte destacou que os militares dissolveram o protesto sem violência e que enviaram reforços à zona para evitar novos enfrentamentos.
A televisão egípcia afirmou que o Exército instalou cercas nas proximidades do edifício do Conselho de Ministros para impedir o retorno dos manifestantes. Segundo uma testemunha que se identificou como Walid, porém, as forças armadas não conseguiram dispersar os manifestantes, que só desistiram dos protestos após serem convencidos por civis mais velhos a evitarem mais vítimas. O grupo opositor Irmandade Muçulmana condenou hoje os distúrbios e reconheceu estar "impressionado" após ver que o Exército "matou cidadãos e feriu muitos deles em Maspero, na rua Muhamad Mahmoud e recentemente nas ruas do Parlamento e de Qasr al Aini". A Irmandade Muçulmana se queixou em comunicado que "nenhum dos militares responsáveis por estes crimes foi castigado". Os distúrbios de ontem ocorreram enquanto acontece a apuração de votos do primeiro turno da segunda etapa das eleições parlamentares egípcias, as primeiras após o triunfo da revolução.
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