Não satisfeitos com o resultado do plebiscito que negou a divisão do Pará, no último domingo (11), lideranças separatistas buscam agora tirar de Belém o posto de capital do Estado. O movimento está sendo liderado pelo deputado federal Lira Maia (DEM), presidente da frente pró-criação de Tapajós, que alega problemas logísticos para que o governo estadual migre para uma área central do Estado. Além disso, um novo mapa de Carajás e Tapajós já está sendo planejado, de olho em um novo projeto de lei que consulte a população novamente sobre a divisão paraense.
Novos plebiscito e mapa
Além do projeto, parte da bancada federal do Pará já se mobiliza para apresentar novos projetos de emancipação dos Estados. Autor do projeto de lei que autorizou a realização do plebiscito, o deputado federal Giovanni Queiroz (PDT) disse que deve apresentar uma nova proposta em 2012, pedindo a realização de um novo plebiscito. Para ele, a divisão do Estado não ocorreu porque "meia dúzia de políticos medíocres" de Belém "iludiu" o eleitor da região norte.
"Eu quero apresentar um novo projeto próximo ano para que, daqui a dois anos, possamos mostrar a essas pessoas ‘humildes’ do norte do Estado a mesmice que eles optaram, de continuar na miséria, com a falta de assistência médica, de professores mal pagos, vivendo num Estado falido. A lei permite e daqui a dois anos teremos um novo plebiscito", disse.
Um dos pontos que os parlamentares lutam para mudar é tirar o direito ao voto dos moradores das áreas remanescentes dos Estados que buscam emancipação. "Já pensou se o Brasil fosse consultar Portugal sobre a independência? Não teríamos nunca. Então, nessa estrutura atual, as regiões metropolitanas não vão deixar criar Estados, o que não é justo, pois 98% dos moradores de Tapajós, por exemplo, querem a independência e precisam ser ouvidos", afirmou o deputado Lira Maia.
Outra mudança na proposta de novo plebiscito é a mudança do mapa dos novos Estados desmembrados do Pará. "Nós estamos trabalhando para apresentar novos projetos, com apresentação de novos mapas. A região do Xingu, por exemplo, que não estava no mapa original no Pará remanescente, mas foi inserido pelo legislador em Tapajós, voltará ao Pará, já que eles disseram 'não' à divisão. Nos demais municípios, 98% da população foi a favor do novo Estado", afirmou.
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