Israel decidiu construir 2.000 residências em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia e congelar provisoriamente a transferência de recursos à Autoridade Palestina, como medida de retaliação pela admissão da Palestina como membro de pleno direito da Unesco, informou neste terça-feira à noite uma fonte oficial.
"Estas medidas foram tomadas pelo fórum dos oito principais ministros sob a presidência do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, como sanção após a votação na Unesco", indicou esta fonte à AFP.
"Vamos construir 2.000 residências, incluindo 1.650 em Jerusalém, e o restante nos assentamentos de Maalé Adoumim e de Efrat (no sul de Belém, na Cisjordânia)", indicou esta autoridade, que pediu para não ser identificada.
"Ele também decidiu congelar provisoriamente as transferências de fundos destinados à Autoridade Palestina, até que uma decisão definitiva seja tomada", acrescentou este alto funcionário.
Em reação à medida israelense, o porta-voz do presidente palestino Mahmud Abbas, Nabil Abu Rudeina, afirmou à AFP que Israel "acelera a destruição do processo de paz" com sua decisão.
"Acelerar a construção de colônias equivale a acelerar a destruição do processo de paz, e o congelamento dos fundos palestinos é um roubo do dinheiro do povo palestino", afirmou Nabil Abu Rudeina.
Esses recursos, de um valor aproximado de 50 milhões de dólares por mês, correspondem ao reembolso dos direitos alfandegários e de TVA (Taxa sobre o Valor Agregado) recolhidos sobre os produtos destinados aos palestinos que transitam pelos portos e aeroportos israelenses.
Este dinheiro assegura 30% do orçamento da Autoridade Palestina e permite pagar 140.000 funcionários públicos palestinos.
"Não é possível exigir que os israelenses sejam moderados quando os palestinos batem sistematicamente a porta na cara", explicou o alto funcionário israelense.
"Mahmud Abbas novamente recusou-se a reconhecer Israel como um Estado judeu e realizar negociações diretas, mantendo seus esforços para ser admitido de forma unilateral na ONU", disse.
A autoridade israelense ressaltou que as residências serão construídas em Jerusalém Oriental e nos blocos de colônias que em "todos os planos de paz apresentados no passado pela comunidade internacional devem permanecer de qualquer maneira sob a soberania israelense".
A comunidade internacional não reconhece nem a ocupação nem a anexação da parte oriental de Jerusalém por Israel e considera que todas as colônias são ilegais.
Israel sofreu uma derrota diplomática com o voto em favor da adesão da Palestina à Unesco.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura decidiu na segunda-feira em Paris pela admissão da Palestina como membro de direito pleno por 107 votos a favor, 52 abstenções e 14 votos contra.
O vice-ministro das Relações Exteriores, Danny Ayalon, criticou a Unesco, considerando que ela "se tornou uma organização política integrada por um Estado que não existe".
Segundo ele, "esta campanha dos palestinos prova que eles não querem nem a paz nem negociações, mas pretendem perpetuar o conflito".
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Israel adota sanções após admissão da Palestina na Unesco
17:08
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