O presidente da República da Itália, Giorgio Napolitano, nomeou o economista Mario Monti como primeiro-ministro do país, em substituição a Silvio Berlusconi, que assumiu o cargo por aproximadamente dez anos. O anúncio foi oficializado neste domingo (13). A decisão foi tomada após uma série de reuniões com os líderes políticos de todos os partidos para a formação de um novo governo de emergência que conte com o consenso da maioria das forças políticas. A nomeação do ex-comissário europeu deverá ser ratificada com um voto de confiança do Parlamento. Berlusconi, que havia resistido por anos a escândalos pessoais e de corrupção e a mais de 50 votos de confiança, foi obrigado a renunciar após perder o apoio da maioria no Parlamento diante do agravamento da crise da dívida nas últimas semanas. Monti, de 68 anos, será encarregado de formar um novo governo que ponha fim à crise que deixou a Itália à beira da quebra. Sua principal função será implementar o plano de austeridade aprovado no último sábado (12). A lei contém medidas duras para economizar 59,8 bilhões de euros e equilibrar o orçamento do país até 2014. Entre estas estão o aumento do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), de 20% para 21%; o congelamento dos salários de servidores até 2014; a elevação da idade mínima de aposentadoria para as trabalhadoras do setor privado, de 60 anos em 2014 para 65 em 2026; aperto nas medidas contra a evasão fiscal; e um imposto especial para o setor de energia. Como não há perspectivas de novas eleições até 2013, o governo tecnocrata teria cerca de 18 meses para aprovar dolorosas reformas econômicas, além de garantir apoio da maioria do Parlamento italiano. Caso contrário, poderá cair antes mesmo deste prazo. Ainda assim, militantes pró-Berlusconi protestam para exigir eleições antecipadas. Para o ex-premiê italiano Romani Prodi, que liderou um governo de centro-esquerda entre dois mandatos de Berlusconi, elogiou a saída do polêmico magnata e disse que Monti é "o homem certo" para sucedê-lo. "Ele é moderado e conhece o sistema financeiro internacional. Esse ataque especulativo contra os títulos da divida italiana são em parte por causa de Berlusconi, não por causa da realidade", afirmou Prodi. Prodi disse que "ter um primeiro-ministro que tenha credibilidade e que cuide das finanças públicas, não as suas próprias finanças" ajudará o país a recuperar a confiança dos investidores.
domingo, 13 de novembro de 2011
Monti substituirá Berlusconi com a missão de combater crise na Itália
16:03
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