
Não é de se espantar. D2 subiu ao palco fazendo um discurso louvando o Planet Hemp, sua banda dos anos 90 que chegou a ser presa por apologia ao uso de drogas. "Sou o maconheiro mais famoso do Brasil", falou em algum momento do show o cantor, que desde o começo de sua carreira apoia a descriminalização da maconha.
Curioso, porém, que justamente as músicas de sua antiga banda tenham sido as menos celebradas pelo público. Não é que ninguém curtisse, mas quando D2 enfileirou a dobradinha "Queimando Tudo" e "Mantenha o Respeito" a quantidade de pessoas cantando as letras era bem menor. A empolgação também diminuiu, quebrando o ritmo de um show até então empolgante. Por mais que tenha ganhado notoriedade com o Planet, D2 hoje parece falar com um público mais afeito à camisa polo.
Aí, pouco antes de tocar as músicas do Planet Hemp, D2 abriu espaço para um longo número de beat box - justamente quando citou Bezerra, a quem homenageou com o disco "Marcelo D2 Canta Bezerra da Silva". O momento foi o primeiro balde de água fria no público, que aparentava não ser muito afeito ao hip-hop. O medley teve até um momento farofa, com a citação do riff e refrão de "Sunday Bloody Sunday".
Perto do fim, D2 começou a chamar diversas participações especiais ao palco, de seu filho Stephan até o rapper Renato Venom. A melhor de todas, porém, foi quando Emicida subiu ao palco, para fazer um improviso durante "Qual É?", a derradeira música do show. Com sua competência habitual, Emicida fez um freestyle que salvou o fim apático de um show que se anunciava muito melhor no começo do que realmente foi.
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