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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Polícia do Rio apreende 15 mil DVDs piratas da "Rocbuster", locadora clandestina da Rocinha

As forças policiais que atuam na ocupação da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, encontraram nesta segunda-feira (14) uma locadora clandestina que explorava o aluguel de DVDs piratas na comunidade. Mais de 15 mil vídeos foram apreendidos no local, segundo estimativa dos agentes que participaram da ação. Ninguém foi preso.

Chamada de "Rocbuster" em alusão ao nome da famosa franquia internacional de locação de vídeos, o empreendimento ilegal funcionava em uma loja da travessa Oliveira, em uma localidade conhecida como Valão. Todos os DVDs piratas estavam em embalagens personalizadas, cujo layout (modelo gráfico) também foi inspirado no logotipo da empresa Blockbuster - letras na cor amarela e fundo azul.

A locação das mídias acontecia diariamente entre 10h e 24h, e havia a possibilidade de entrega em domicílio por meio de motoboys (sendo este um serviço muito popular na comunidade), segundo moradores da Rocinha. Os preços variavam entre R$ 3 e R$ 10.

A ação coordenada pela Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados em parceria com a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial resultou em outras apreensões em um mercado popular próximo a um dos principais acessos da comunidade, conhecido como "camelódromo da Rocinha". Os policiais confiscaram diferentes tipos de produtos, entre os quais roupas, dispositivos eletrônicos, entre outros.

Segundo a Polícia Civil, duas pessoas foram presas durante a ação de repressão aos crimes contra o consumo. Os agentes das delegacias especializadas devem realizar novas diligências na Rocinha nos próximos dias, e o principal objetivo da DDSD e da DRCPIm é estourar centrais clandestinas de TV por assinatura -- o popular "gatonet".

Tranquilidade

O clima nos principais pontos de acesso da Rocinha é de aparente tranquilidade. Moradores circulam pelas ruas e parecem pouco familiarizados com a intensa circulação de profissionais da imprensa na região. A maior parte do comércio está funcionando normalmente.

Diferentemente dos últimos dias, quando a maioria evitava os jornalistas ainda com receio do regime de silêncio que era imposto pelo narcotráfico, hoje os habitantes da favela já se sentem mais à vontade para expor suas opiniões e reclamações.

A principal reivindicação apresentada pelos moradores é a grande quantidade de lixo nas ruas, becos e vielas da comunidade. A forte chuva que caiu na região na madrugada deste domingo (13) e a interrupção do sistema de coleta de lixo -- já retomado nesta segunda-feira (14) -- pioraram a situação, que não chega a ser uma novidade para os habitantes da favela. Há muita lama, restos de objetos queimados e esgoto.

Segundo a Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos, os serviços de coleta de lixo nas três comunidades recém-ocupadas (Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu) foram normalizados por volta de 7h. Pelo menos 157 homens - entre garis comunitários e da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) - limpam os locais com o apoio de caminhões basculantes, compactadores, retroescavadeiras e minitratores.

A operação de serviços de conservação de logradouros e de manutenção da iluminação pública deve ser retomada nesta quarta-feira (15). O contingente de equipes da Coordenadoria Geral de Conservação e da Rioluz será reforçado para a execução das atividades nas duas comunidades.

Funcionários da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) também promoveram uma força-tarefa para melhor o serviço de distribuição de água e esgoto na Rocinha, no Vidigal e na Chácara do Céu. O primeiro passo é dar um choque de infraestrutura em relação à rede de abastecimento, além de regularizar a situação de muitos moradores.

A ocupação

A Secretaria de Estado de Segurança Pública do Rio de Janeiro colocou em prática na madrugada de domingo (13) o planejamento de instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na favela da Rocinha. Mais de três mil agentes das polícias Civil, Militar e Federal, além de fuzileiros navais operando blindados da Marinha, participam da ocupação.

A operação começou com incursões dos homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) em busca de traficantes que permanecem escondidos na favela. Enquanto isso, policiais militares do Choque e dos batalhões da região ficaram responsáveis pelas ações no Vidigal e na Chácara do Céu. A comunidade foi cercada há alguns dias com o objetivo de evitar a fuga de traficantes durante a operação.

Os helicópteros "Caveirão" da Polícia Militar e Águia da Polícia Civil fecharam o espaço aéreo para apoio logístico. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, 18 blindados da Marinha --dos tipos Clanf, M-113 e Piranha-- participaram da operação.

Os criminosos jogaram óleo nas ruas da Rocinha para prejudicar a locomoção dos veículos, e os policiais encontraram certa dificuldade para avançar. Uma moto que supostamente pertencia a traficantes foi queimada pelos próprios moradores. Por volta de 6h45, o chefe do Estado Maior da Polícia Militar, coronel Pinheiro Neto, confirmou o sucesso da operação.

Segundo informações iniciais de policiais que trabalharam na megaoperação, apenas duas prisões foram realizadas, nenhuma das duas relacionadas com o tráfico de drogas. Um foragido por assalto a mão armada tentou escapar simulando mal estar e um homem foi preso com uma motocicleta irregular.

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