Os carros de combate da Marinha estão prontos para atuar a qualquer momento na ocupação das favelas da Rocinha e do Vidigal, prevista para começar nesta madrugada no Rio de Janeiro. No total, 18 blindados e 194 homens estão à disposição da Operação Choque de Paz, no maior efetivo empregado até agora nas ações de apoio logístico às operações de segurança no Estado.
Os blindados são seis CLANS (carro lagarto anfíbio), com capacidade para 22 pessoas, seis M113, que comportam 11 militares, quatro viaturas Piranha, uma viatura socorro SK e um blindado viatura socorro para reboque.
Os homens irão atuar após terem estudado o território da favela, já que a Marinha sobrevoou a comunidade em novembro e mapeou os acessos à Rocinha. Os militares também identificaram as localidades onde os criminosos teriam facilidade de montar barreiras a fim de dificultar o acesso dos blindados da corporação.
Apreensão e blitz
A primeira apreensão desta noite na Rocinha foi de uma moto roubada. Um jovem de 18 anos estava com a placa do veículo adulterada e foi detido. “Quando ele me viu, tentou fugir, mas como estava muito assustado caiu”, disse o cabo A. Rodrigues. Segundo o policial, a equipe não tem horário para ir embora e a operação deve durar o domingo todo.
O rapaz detido disse que era menor de idade, mas seu pai compareceu ao local da detenção e afirmou que ele tinha 18 anos. Como estava sem documentos, os policias não puderam verificar se o motorista tinha antecedentes criminais.
Neste momento, policiais fazem blitz na estrada da Gávea e revistam todos os veículos que descem ou sobem da Rocinha. Um policial, que não quis se identificar, não sabia que horas seria a ocupação e ficou surpreso quando foi informado pela reportagem do iG que a PM pretende ocupar o local na madrugada deste domingo. “Na época do Complexo do Alemão, foi pela manhã. Acho muito mais seguro. Eles não pensam que colocam em risco a vida dos policiais. Estamos aqui desde cedo sem almoço, sem banheiro e sem informações.”
Próximo à meia-noite, as ruas estavam desertas. Um mototáxi, que transporta as pessoas na favela, comentou que os moradores fizeram o possível para voltar mais cedo pra casa. Para ele, a ocupação será boa, mas terá “muita confusão”. “As pessoas estão tensas e não tem como não ficar preocupado e com medo”, afirmou o motorista, que preferiu não se identificar.
0 comentários:
Postar um comentário