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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Promotor denuncia tesoureiro do PT por formação de quadrilha

José Carlos Blat esteve em sessão de CPI na Assembleia Legislativa de SP.
Tesoureiro ad
iou ida à comissão; PT diz que ele não falará sobre denúncia.

agem de dinheiro, estelionato tentado, estelionato consumado e falsidade ideológica.

Caso a denúncia seja aceita, Vaccari se tornará réu em um processo criminal. O pedido segue agora para análise da 5ª Vara Criminal da capital paulista. Outras cinco pessoas, entre dirigentes e ex-dirigentes da

Bancoop, também foram denunciadas.

O tesoureiro do PT seria ouvido nesta tarde na Assembleia. Entretanto, de acordo com a assessoria da Casa, o advogado de Vaccari enviou ofício solicitando o adiamento do comparecime

nto dele à comissão. Por meio de sua assessoria de imprensa, o PT informou que Vaccari não vai se manifestar sobre a denúncia.

Blat informou aos deputados da CPI que investiga fraudes na Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, criada por um núcleo do PT na década de 1990. Ele também requereu a quebra de

sigilo bancário e fiscal de Vaccari. A denúncia do promotor foi protocolada às 10h57.

Vaccari foi diretor-administrativo da Bancoop e presidiu a cooperativa até março passado, quando afastou-se do cargo para assumir a função de tesoureiro do PT. O promotor investiga o caso Ba

ncoop desde 2007.

Na denúncia que apresentou nesta manhã à Justiça, ele aponta desvios de cerca de R$ 70 milhões e prejuízo de aproximadamente R$ 100 milhões relativos a cooperados que não teriam recebido

seus imóveis.

Segundo o promotor, os desvios ocorreram por meio de saques feitos por funcionários na boca do caixa com cheques nominais, por meio da movimentação de uma empresa fantasma e por contratos de recompra de apartamentos. Segundo ele, esses contratos foram falsificados.

Blat a

firma que uma “pequena parte” do dinheiro desviado foi para o PT. “A outra parte, que aí é realmente a grande quantidade, é de destino desconhecido”, disse. Ele disse que não é possível dizer se houve destinação de dinheiro para campanhas eleitorais.

Defesa da Bancoop aponta falhas
O advogado da Bancoop, Pedro Dallari, vê falhas na ação. “Muitos dos fatos apresentados se referem a o

corrências já de mais de cinco anos, que são referentes a outra gestão. Então, se misturam coisas que não têm a ver com a atual direção e coisas que têm a ver com a atual direção de uma maneira deliberada para gerar realmente um impacto forte com pouco esclarecimento”, afirmou.

Segundo ele,

a Bancoop tem dívidas de cerca de R$ 85 milhões de reais e créditos que ultrapassam R$ 100 milhões. "Portanto, do ponto de vista do equilíbrio, há inclusive créditos que são superiores às dívidas da cooperativa."

Dallari disse ainda que há “interesse político” no fato de a denúncia ter sido apresentada neste momento. "É um processo que dura quatro anos, um inquérito. Faltando dez dias para a eleição, é apresent

ada a denúncia com grande estrondo e sem que os dirigentes da cooperativa tenham sido ainda ouvidos."

Blat rebateu as insinuações. Disse que um laudo feito pelo Ministério Público sobre a movimentação bancária só ficou pronto na segunda (18) e que, por isso, apresentou a denúncia nesta

terça. Segundo ele, a acusação é “impertinente”.

“Doa a quem doer, o momento político não me interessa. O que me interessa é a proteção a essas vitimas que permaneceram durante anos aí vivendo um verdadeiro inferno. (...) Independ entem ente de ser momento eleitoral ou não, eu estou praticando a minha missão institucional, qual seja, oferecer a denúncia em juízo. Porque se assim fosse, a cada dois anos o Ministério Público teria que parar.”

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