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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Mortes por cólera no Haiti chegam a quase 300

Subiu a quase 300 nesta terça-feira (26) o número de mortos pela epidemia de cólera no Haiti, e sanitaristas disseram que a doença tende a se "estabelecer" no miserável país caribenho, onde existem outras enfermidades endêmicas, como malária, tuberculose e Aids.

A epidemia começou há uma semana e atinge principalmente as regiões de Artibonite e o planalto central, com 3.612 casos registrados e 295 vítimas fatais, segundo as autoridades haitianas.

O aparecimento de novos casos e mortos diminuiu ligeiramente em relação aos últimos dias. Uma força-tarefa de médicos da ONU (Organização das Nações Unidas) luta para evitar que a epidemia não se espalhe em Porto Príncipe, a capital, onde há 1,3 milhão de desabrigados em decorrência do terremoto de 12 de janeiro, que matou até 300 mil pessoas.

A epidemia coincide com a campanha para as eleições presidencial e legislativa de 28 de novembro no país.

Roc Magloire, diretor de epidemiologia do Ministério da Saúde, disse a jornalistas que de cinco casos suspeitos de cólera na capital apenas um foi confirmado por exames laboratoriais.

Doença ainda pode avançar pelo país

Mas a ONU, o governo e agências humanitárias internacionais preveem que a doença ainda irá se propagar pelo país mais pobre das Américas, e por isso lançaram uma estratégia combinada de tratamento, contenção e prevenção para todo o Haiti.

Michel Thieren, representante no país da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), disse que a ligeira redução no ritmo de novas mortes e casos na região de Artibonite se deve, em parte, à agressiva reação médica internacional.

- A próxima notícia será quando, geograficamente, novos bolsões da epidemia emergirem em Porto Príncipe ou outros lugares.

As Províncias do Norte e do Sul tiveram casos suspeitos, ainda não confirmados.

A ONU diz que não está descartada a hipótese de um surto com dezenas de milhares de casos em todo o Haiti, e a vizinha República Dominicana também está em alerta.

Embora a fronteira não tenha sido fechada, centenas de haitianos foram impedidos de atravessar para participar de uma feira agrícola que acabou sendo cancelada.

Esses são os primeiros casos de cólera nas Américas desde um surto registrado em 1991 no Peru. A Opas fez um alerta sobre a epidemia a outros países do Caribe, e disse estar buscando recursos de Estados membros - como Brasil, Cuba, Estados Unidos e Canadá - para combater a doença.

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