Passageiros viajam em pé após acidente em bonde da Lapa; tela de proteção tem ferrugem e buracos

As normas para uso do bondinho de Santa Teresa, após acidente que matou um turista francês na sexta-feira passada (24), mudaram. Passageiros são orientados a não ficarem em pé durante o trajeto. Entretanto, o que se observa é justamente o oposto. Turistas continuam se arriscando e se penduram nos estribos para ir do Largo da Carioca, no centro da cidade do Rio de Janeiro, até o topo do boêmio bairro, além do mais, é péssima a condição em que se encontra a tela de proteção sobre os Arcos da Lapa.

Fiscais do CREA-RJ (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro) constataram durante uma fiscalização nesta segunda-feira (27) que vários buracos ainda estavam abertos nas grades e que há falta de manutenção do trecho percorrido pelos bondes.

Um funcionário diz que a orientação é para que os passageiros não fiquem em pé, principalmente no trecho que corta os Arcos da Lapa. Ele afirma que a velocidade nos 360 m do aqueduto é de, no máximo, 5 km/h.

- Existia uma tradição em Santa Teresa de se andar pendurado nos bondes, sem pagar. O que aconteceu com o turista francês foi um caso isolado.

Apesar da velocidade reduzida, o incidente com o francês Charles Damien Pierson não pôde ser evitado, principalmente porque a tela de proteção sobre os arcos – que deveria sustentar o peso de uma pessoa caso ela caísse do bonde – não suportou o peso do rapaz, que despencou de uma altura de 17,6 m e morreu na hora.

Imprudência ou não, as telas de proteção não cumpriram o seu papel. Em vários pontos, elas estão furadas e, em outros, os ferros das armações estão retorcidos e enferrujados .

Durante esta segunda-feira, uma equipe retirava o capim que cresce nos trilhos que cortam os arcos, limpeza que já estava programada.