No fim da tarde desta quarta-feira (15), olhe bem para o céu e veja a Lua mudar de cor, do seu cinza habitual para um laranja ou até vermelho escuro. E aproveite bem porque essa é a única vez que você vai poder ver o fenômeno, um eclipse total da Lua, neste ano no Brasil.
Eclipses lunares acontecem em média duas vezes por ano. O fenômeno acontece quando a Terra fica diretamente entre o Sol e a Lua, bloqueando os raios solares – isso projeta uma sombra do planeta sobre a Lua. À medida que o satélite natural da Terra se move e entra na área de sombra, acaba mudando de cor.
Essa mudança acontece porque alguns raios do Sol ainda conseguem passar pela atmosfera da Terra, sofrem um desvio e chegam à Lua. Nossa atmosfera acaba filtrando a maior parte da luz azul, deixando o vermelho que é visível no eclipse lunar. Partículas de poluição ou aquelas geradas por vulcões, por exemplo, podem alterar ainda mais essa coloração.
O eclipse começa oficialmente hoje às 14h24, mas ainda não será possível ver nada a olho nu por alguns motivos. O primeiro é que a Lua vai estar em uma região da sombra da Terra chamada penumbra, em que apenas alguns raios do Sol são bloqueados. Isso faz com que o fenômeno não seja visível a olho nu.
– O eclipse começa quando a Lua não nasceu. Vai estar rolando, mas a Lua vai estar abaixo do horizonte, então não vamos poder ver todo o eclipse. Quem mora na África vai poder [por causa do fuso horário].
Às 15h22, a Lua entra em uma região da sombra da Terra chamada umbra, em que todos os raios solares são bloqueados. Nessa fase já daria para ver o eclipse, se fosse um pouco mais tarde e a Lua fosse visível no céu, o que não é o caso a essa hora. A Lua deve nascer por volta das 17h30 hoje, pouco depois de o eclipse chegar a seu ponto máximo, às 17h13. O eclipse será visível até as 19h02.
Para ver o melhor do eclipse, a dica de Gustavo Rojas, físico da UFScar (Universidade Federal de São Carlos), é olhar para o leste – o local em que a Lua nasce. Você precisa estar de costas para o local em que o Sol estará se pondo, no oeste. O ideal é estar em um lugar sem muitos prédios ou morros ao leste, para não tapar a visão da Lua.
– Se você estiver em um local com um monte de prédios ou em uma baixada, não vai conseguir ver o horizonte. A praia é um bom local [para ver o eclipse].
Rojas conta que os eclipses lunares já foram muito importantes para a ciência. Foi por meio da análise deles que os gregos antigos viram que a Terra era redonda ou que se fizeram alguns dos primeiros cálculos da distância entre a Terra e a Lua. Mas hoje, segundo ele, o fenômeno “não traz muita informação”.
– Hoje em dia o principal atrativo é ser algo educativo, que faz as pessoas se interessarem pelo espaço, pela ciência.
Outro eclipse lunar vai acontecer no dia 10 de dezembro, mas ele não será visível no Brasil.
0 comentários:
Postar um comentário