Após protestos, Grécia vai formar novo governo

O primeiro-ministro da Grécia, Giorgos Papandreou, anunciou nesta quarta-feira (15) que vai fazer mudanças no governo para atender às reivindicações dos manifestantes, que já promovem a terceira greve geral do ano em protesto contra os planos de cortes de gastos público. Ele não descarta entregar o cargo e vai mudar alguns postos do primeiro escalão do governo. A crise econômica que atingiu o país forçou o governo a reduzir os gastos para poder receber ajuda financeira da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Papandreou ofereceu mais espaço para a oposição em troca de apoio a um novo pacote de medidas econômicas e disse que vai realizar reformas. Segundo a emissora de TV estatal NET, o primeiro-ministro sondou o líder da oposição, Antonis Samaras, sobre a possibilidade de dividir o poder como uma forma de garantir apoio político.

Em um discurso exibido pela televisão estatal na noite desta quarta-feira, Papandreou disse que trabalha agora para a formação de um novo governo de coalizão. Entretanto ele não deu maiores detalhes sobre que mudanças serão postas em prática.

- Amanhã [quinta-feira] formarei um novo governo e pedirei imediatamente um voto de confiança do Parlamento.

Mas, segundo a TV estatal, o partido conservador - que se opõe aos planos de cortes orçamentários - pedirá a demissão de Papandreou.
O governo tenta fazer com que o Parlamento aprove um novo pacote de medidas de austeridade no valor de aproximadamente R$ 63,2 bilhões (28 bilhões de euros). O plano inclui cortes no orçamento e uma série de privatizações para receber mais uma parcela do plano de socorro financeiro do FMI (Fundo Monetário Internacional) ao país.
Grécia tem mais um dia de protestos
Pelo menos 20 mil pessoas se reuniram nesta quarta para protestar contra o novo plano de cortes do governo grego na capital Atenas. A polícia entrou em confronto com os manifestantes em frente ao Parlamento, usando bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os protestos e deixando pelo menos uma dezena de feridos.

Os confrontos entre polícia e manifestantes aconteceram depois que um grupo conseguiu furar o cordão policial que protegia as sedes do governo e da Presidência, apesar das orientações sobre o caráter pacífico dos organizadores do protesto.

O país já enfrenta a terceira greve geral do ano e a paralisação tem forte repercussão nos serviços públicos, nos transportes e no comércio.