O comércio e a indústria afirmam que as vendas deste Natal estão garantidas, mesmo com as novas medidas anunciadas nesta sexta-feira (3) pelo Banco Central. As regras incluem a retirada de R$ 61 bilhões do mercado, que seriam usados pelos bancos para oferecer empréstimos, a partir desta segunda-feira (6).
De acordo com Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o aperto não deve ter efeito imediato. No entanto, a expectativa de aumento nos juros, com a mudança das regras para os bancos, pode provocar altas nas taxas cobradas pelas instituições financeiras.
- Essa medida não tem o reflexo imediato e espero que tenhamos um bom Natal, com bom movimento e reposição de mercadoria em janeiro [...] Os juros já estão muito altos e não podemos aceitar que qualquer medida que surja aumente mais ainda.
Entre as outras medidas, estão as mudanças nas garantias dos empréstimos de longo prazo aos bancos, a partir de 1º de julho de 2011, e alteração no limite do depósito garantido pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) – que presta socorro aos bancos com dificuldades financeiras, como o Panamericano.
Skaf disse ainda esperar que as novas regras não prejudiquem o crescimento da economia e o desenvolvimento do país no próximo ano.
A redução da oferta de crédito pode ainda retirar os recursos do sistema financeiro e reduzir os prazos de financiamento, segundo a Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento). Para a associação, as restrições irão "prejudicar diretamente o consumidor, pois será mais difícil comprar a prazo".
Para a Acrefi, as medidas induzem a uma elevação dos juros para o consumidor, sem que o governo tenha de alterar a taxa básica Selic. "Seria necessário, no entanto, que o governo desse a contrapartida do lado fiscal, reduzindo seus gastos, que são o grande indutor da manutenção do juros na economia brasileira", diz a entidade, em nota.
A Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) diz lamentar as novas regras do BC para controlar o aumento da inflação. A entidade entende que não há sinal evidente que possa haver escalada de preços nos segmento de bens duráveis.
Para a Fecomércio, apesar de as medidas não afetarem o comércio neste Natal, as vendas a prazo a partir de janeiro sofrerão forte impacto, pois o corte do BC representa 15% do volume de crédito destinado às pessoas físicas.
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