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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Revoltados com mortes em fogo amigo, líbios manifestam-se contra a Otan


Cerca de 400 manifestantes reunidos no reduto rebelde líbio de Benghazi entoavam nesta sexta-feira (8) "Abaixo a Otan", no dia seguinte ao fogo amigo cometido pela aliança militar do Ocidente, que coordenam a coalizão contra as forças de Muammar Gaddafi na Líbia.

Os manifestantes, essencialmente mulheres e crianças, estavam reunidos na segunda maior cidade do país em frente ao antigo palácio da Justiça, que virou quartel-general da rebelião que tomou o controle da cidade em fevereiro.

Anwar Mali, de 25 anos, acredita que a Otan não tem sido eficiente no propósito de proteger os civis e conter a ofensiva de Gaddafi, objetivos pelos quais a ONU autorizou uma intervenção militar no país.

- A Otan não é muito eficiente. Por que ela não ataca as forças de Gaddafi? Por que atira em nossos combatentes que lutam pela liberdade?

Essa manifestação é sinal da confusão crescente de muitos líbios ante a Otan, no dia seguinte a um segundo ataque contra colonos rebeldes em uma semana. Eles enterraram hoje os cinco mortos desta quinta-feira (7) em uma cerimônia carregada de dor e raiva contra a aliança, enquanto anunciaram que melhorarão suas comunicações com as forças aliadas para evitar mais "erros" deste tipo.

Apesar de os manifestantes colocarem em dúvida o papel da Otan na Líbia, eles agradeceram à França e aos Estados Unidos, dois países que defenderam a criação de uma zona de exclusão aérea que levou a aniquilação do poder aéreo líbio.

Otan disparou contra rebeldes em duas ocasiões

Na quinta-feira, aviões da Otan abriram fogo contra um grupo de tanques rebeldes, fazendo ao menos cinco mortos – entre eles combatentes e médicos -, seis desaparecidos e 14 feridos, segundo o chefe do Estado-maior dos insurgentes, o general Abdelfatah Younès.

Esta foi a segunda vez que a Otan disparou contra rebeldes desde que assumiu, no dia 31 de março, o controle da coalizão multinacional comandada pelos EUA.

"Foi um incidente infeliz" e "lamento muito pelas mortes" ocasionadas, foram as declarações em Bruxelas do secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen.

Rebeldes repelem ataque de forças de Gaddafi em Misrata

Rebeldes líbios disseram ter lutado contra um ataque ao leste da cidade de Misrata (200 km a leste de Trípoli) realizado pelas forças leais a Gaddafi nesta sexta-feira. Pelo menos quatro pessoas morreram, entre elas duas crianças, e dez ficaram feridas, por morteiros disparados sobre as casas.

O porta-voz dos insurgentes, Hassan al Misrati, disse que tropas do governo tinham avançado sobre o densamente povoado bairro de Esqeer, em uma tentativa de acabar com o domínio rebelde sobre Misrata, onde famílias estão agrupadas em pequenas áreas que permanecem seguras.

- O ataque pelo lado leste foi rechaçado agora e as forças [de Gaddafi] foram obrigadas a recuar.

Um segundo rebelde disse que as tropas de Gaddafi tinham colocado um tanque ao longo da rua Trípoli, numa tentativa de assumir o controle da via estratégica que liga a zona oeste com o centro da cidade, após os rebeldes terem atacado posições de atiradores de elite do governo.

As informações sobre Misrata não puderam ser verificadas de forma independente porque as autoridades líbias não autorizaram jornalistas a trabalhar livremente na cidade.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) informou que uma embarcação com ajuda humanitária deve chegar a Misrata neste sábado (9), mas não informou mais detalhes sobre a carga que está sendo levada.

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