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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Dia após ataque à escola em Realengo é marcado por dor e revolta

O dia após o massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio Janeiro, foi marcado por dor e revolta dos amigos e familiares dos 12 estudantes mortos no ataque. Os corpos de 11 vítimas do atirador foram enterrados na sexta-feira (8). O corpo da menina Ana Carolina Pacheco da Silva, 13 anos, será cremado neste sábado (9), às 8h30, no cemitério do Caju, na zona portuária.

O enterro da menina Bianca Rocha Tavares, 13 anos, emocionou as pessoas que estavam no cemitério do Murundu, que fica em Padre Miguel, zona oeste. Ela é irmã gêmea de Brenda Rocha Tavares, que permanece internada no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no centro do Rio.

A bisavó de Bianca, Zilda de Oliveira Tavares, 84 anos, estava muito emocionada e passou mal durante o velório da menina. Inconsolada, a aposentada disse que não se conforma com a morte da bisneta.

- É muito desesperador. Ninguém aceita uma coisa dessas. Ele atirou nas minhas duas bisnetas. Entrou na escola, não quis saber de nada, saiu atirando. É muito triste.

Noeli da Rocha de Souza, mãe da estudante Mariana, 12 anos, também não conseguiu segurar a emoção e passou mal noúltimo adeus à filha. Uma das primas da menina, Marisa Ferreira Miranda, também ficou muito abalada com a morte de Mariana.

- Estou sem palavras. A vizinhança toda está muito abalada, pois além dela, foram mortas outras três vizinhas.
Amiga da família, Mônica Teixeira Martins está revoltada com a situação.

- É trágico. Infelizmente este é mais um caso para as estatísticas. Estamos chocados, a Mariana era uma menina alegre, cheia de vida. Essa situação é revoltante.

A tia da adolescente Milena, de 14 anos, Ana Rosa Nascimento Alves, 54 mostrou toda sua tristeza e indignação com o ataque à escola de Realengo.

- Estou indignada por tudo isso. Antes mesmo de saber se a minha sobrinha tinha morrido eu já estava muito abalada. Estamos enfrentando um momento em que não há mais amor no mundo. A minha dor não é só pela minha família, mas também pelas outras mães que passam pelo mesmo sofrimento.

Ana Rosa disse, ainda, que Milena era uma menina bem extrovertida e alegre.

- Ela sonhava ser modelo para poder proporcionar um futuro melhor para sua família.

Na porta da escola, vasos de plantas, flores cruzes e velas serviram de homenagens aos mortos e feridos na tragédia. Algumas pessoas faziam vigílias e orações.

Reconstituição do crime

A Polícia Civil informou na noite de sexta que as duas armas que estavam nas mãos de Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, fizeram pelo menos 60 disparos última quinta-feira (7). Se o atirador não tivesse sido interrompido, o massacre poderia ter sido ainda maior, já que os agentes da Divisão de Homicídios (DH) encontraram com o homem 24 balas que não foram usadas.

Mais cedo, na manhã de sexta-feira, peritos da Divisão de Homicídios recolherem objetos das vítimas e do autor dos disparos na Escola Municipal Tasso da Silveira. Segundo a polícia, o objetivo é que o material os ajude a entender e refazer a trajetória do assassino no interior do colégio.

Entenda o caso

Por volta das 8h de quinta-feira (7), Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos (a polícia chegou a divulgar que ela tinha 24 anos, mas a idade foi corrigida posteriormente), ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, entrou no colégio após ser reconhecido por uma professora e dizer que faria uma palestra (a escola comemorava 40 anos e realizava uma série de eventos).

Armado com dois revólveres de calibres 32 e 38, ele invadiu uma sala de aula no primeiro andar e outra no segundo, e fez vários disparos contra estudantes que assistiam às aulas. Ao menos 12 morreram e outros 12 ficaram feridos, de acordo com levantamento da Secretaria Estadual de Saúde.

Duas adolescentes baleadas, uma delas na cabeça, conseguiram fugir e correram em busca de socorro. Na rua Piraquara, a 160 m da escola, elas foram amparadas por um bombeiro. O sargento Márcio Alexandre Alves, de 38 anos, lotado no BPRv (Batalhão de Polícia de Trânsito Rodoviário), seguiu rapidamente para a escola e atirou contra o abdômen do criminoso, após ter a arma apontada para si. Ao cair na escada, o jovem se matou atirando contra a própria cabeça.

Com ele, havia uma carta em que anunciava que cometeria o suicídio. O ex-aluno fazia referência a questões de natureza religiosa, pedia para ser colocado em um lençol branco na hora do sepultamento, queria ser enterrado ao lado da sepultura da mãe e ainda pedia perdão a Deus.

Os corpos dos estudantes e do atirador foram levados para o IML (Instituto Médico Legal), no centro do Rio de Janeiro, para serem reconhecidos pelas famílias. Os velórios e os enterros serão realizados a partir desta sexta-feira (8).

A Divisão de Homicídios da Polícia Civil concluiu a perícia na escola no início da noite de quinta-feira. O inspetor Guimarães, responsável pela análise, disse que o assassino deve ter atirado de maneira aleatória contra os alunos. A polícia está investigando se os estudantes que morreram eram do 8º ano de escolaridade (antiga 7ª série). A perícia deve confirmar que as vítimas atingidas estavam sentadas na primeira fileira da sala de aula.



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